Vacinas (IV): Poliomielite
A História demonstrou que a vacina contra poliomielite (paralisia infantil) é uma das mais eficazes que a humanidade já produziu. Outrora uma doença comum e bastante temida, mantém transmissão em apenas dois países: Afeganistão e Paquistão.
O último caso no Brasil ocorreu em 1989, no município de Souza-PB. Nas Américas, foi extinto em 1991, após o Peru notificar o último episódio.
Veja na figura abaixo os anos de erradicação em casa país do continente americano.
Atualmente, há duas vacinas disponíveis no país, a saber:
VOP - vacina oral contra poliomielite, também conhecida com Sabin. É a famosa gotinha preferida das crianças e sonho dos adultos menos corajosos.
VIP - vacina inativada contra poliomielite, também conhecida como Salk.
Ambas geram imunidade em mais de 95% dos vacinados, sendo a VOP um pouco mais eficaz que a VIP.
O que previne?
Poliomielite, conhecida popularmente pela sua forma mais grave, paralisia infantil.
De que é feita?
Há diferenças importantes entre as duas vacinas:
VOP - com vírus vivo atenuado, motivo pelo qual imunossuprimidos podem adoecer. É trivalente, ou seja, composta pelos vírus tipos 1, 2 e 3. Em sua composição, há ainda cloreto de magnésio, estreptomicina, eritromicina, polissorbato, L-arginina e água destilada.
VIP - é inativada, portanto incapaz de provocar doença, inclusive em imunossuprimidos. Também é trivalente. Contém ainda fenoxietanol, polissorbato, formaldeído, meio Hanks 199, ácido clorídrico ou hidróxido de sódio.Pode conter traços de neomicina, estreptomicina e polimixina B, utilizados durante a produção.
Quais as indicações?
Crianças abaixo de 5 anos;
Adultos não vacinados que viajarão às áreas de transmissão;
Após transplante de medula óssea.
E as contraindicações?
VOP - pessoas convivendo com HIV/Aids e outros imunossuprimidos, crianças hospitalizadas ou que convivam com imunossuprimidos, além de gestantes. Alérgicos a quaisquer componentes da fórmula. Indivíduos com febre, vômitos ou diarreia, devem adiar a dose até que estejam melhores.
VIP - alérgicos a quaisquer componentes da fórmula.
Como e quando deve ser aplicada?
O esquema padrão é aos 2, 4 e 6 meses de idade. Doses de reforço devem ser ofertadas aos 15 meses e com 4 ou 5 anos. Recomenda-se ainda que todas crianças menores de 5 anos sejam vacinadas nas campanhas nacionais.
As três primeiras doses são com VIP. Os reforços e as campanhas, com VOP.
VOP é por via oral e VIP, injetável (intramuscular).
Para visualizar o calendário de imunização, clique aqui.
Reações adversas
VOP - por ser de vírus vivo atenuado, é possível provocar uma doença chamada de poliomielite vacinal em imunossuprimidos, apesar de raramente ocorrer. Pode aparecer até 40 dias após a administração, principalmente da 1ª dose. Mais raro ainda é a ocorrência de encefalite. Alergia também é pouco frequente.
VIP - dor e vermelhidão no local da aplicação. Eventualmente, febre e alergia.
Está disponível no SUS?
Sim. Ambas as vacinas estão disponíveis na unidades básicas de saúde. Na rede privada, existem apresentações combinadas com outras vacinas, tais como: DTPa-HiB-VIP (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus e poliomielite), DTPa-HiB-VIP-HB (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus, poliomielite e hepatite B) e dTpa-VIP (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus, e poliomielite).
REFERÊNCIAS
3- http://polioeradication.org/polio-today/polio-now/, acessado em 17/03/2018.
4- http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5533:americas-comemoram-26-anos-de-erradicacao-da-poliomielite&Itemid=820, acessado em 17/03/2018.