Vacinas (II): BCG
Agora que já fizemos um resumo sobre imunização, podemos falar especificamente das principais vacinas disponíveis no Brasil.
O Bacilo de Calmette-Guérin (BCG) é uma das mais antigas e importantes vacinas todo o mundo. Utilizada desde a década de 1920, é conhecida por deixar uma peculiar cicatriz no braço em que foi aplicada, assim como acontecia com a antivariólica.
Assim como a anti-hepatite B, deve ser aplicada preferencialmente nas primeiras 12 a 24h após o nascimento. Recomenda-se a aplicação ainda na Maternidade.
Cicatriz da BCG
O que previne?
A principal indicação é a proteção contra formas graves de tuberculose, sobretudo a disseminada (miliar) e a meningite tuberculosa. Tem baixa eficácia na prevenção da tuberculose pulmonar.
Também são indicadas para as pessoas que convivem com portadores de hanseníase.
De que é feita?
O Bacilo de Calmette-Guérin é obtido através da atenuação da bactéria que provoca tuberculose bovina e, menos comumente, humana (Mycobacterium bovis). Em sua composição, há também glutamato de sódio e soro fisiológico a 0,9%.
Sendo assim, pode ser aplicada com segurança na maioria da população.
Quais são as indicações?
Recém-nascidos com mais de 2 Kg;
Pessoas de qualquer idade que convivem com portadores de hanseníase (contactantes intradomiciliares);
Pode ainda ser utilizada como tratamento adjuvante no câncer de bexiga, em uma preparação específica para esse fim.
E as contraindicações?
Recém-nascidos prematuros, até atingirem 2kg;
Pessoas convivendo com HIV/Aids;
Outros imunossuprimidos.
Como deve ser aplicada?
Em dose única, por via intradérmica, no braço direito, nas primeiras 12-24h após o nascimento. Em situações bem pontuais, pode ser aplicada em mais de uma dose, como nos contactantes intradomiciliares de hanseníase. Nessas ocasiões, sempre respeitar o intervalo mínimo de 6 meses entre as aplicações.
Reações adversas
É esperado que a vacina deixe uma cicatriz de até 1 cm no local da aplicação. Eventualmente, pode se tornar uma úlcera que não cicatriza, formar abscessos (presença de pus por baixo da pele) e/ou aumentar gânglios na axila.
Há tratamento disponível e eficaz para todas essas intercorrências.
Está disponível no SUS?
Sim. Nas Unidades Básicas de Saúde. Faz parte do calendário vacinal da criança.
REFERÊNCIAS
1- Brasil, Ministério da Saúde do. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
2- BALLALAI, Isabella; BRAVO, Flavia (Org.). Imunização: tudo o que você sempre quis saber. Rio de Janeiro: RMCOM, 2016.
3- Brasil. Ministério da Saúde do. Hanseníase. disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase (consultado em 05/03/2018).